Nos limites da imaginação e da mão daquele
que cria, tudo se aproveita, nada se extravia. Na vida e na morte, no riso e no
pranto, com uma pitada de sal, aumentos e descontos, temperam-se os pontos que
se transformam em contos.
Tudo se recria: fatos reais, sobrenaturais, o enredo que se
lê e o incidente que se conta; o provável e o possível. Aquilo que foi ou mesmo
coisa que jamais aconteceu convencem como verdades, especialmente se narrados
pelo “eu”. Seja felicidade, tédio ou amargura, para um escritor, nada se perde,
tudo se transforma em literatura.
Margarete Solange
Fonte: Margarete Solange,
Contos Reunidos. Editora Sarau das Letras,
Trecho do Conto:
Inventor de Contos
2014, p. 61