O homem pode não ser rico, mas se ele tiver na bagagem a leitura será mais que isso: será sábio. A sabedoria, sem dúvida, é grandiosa, é tudo na vida, não na morte. Na morte, todos os homens são igualmente leigos.

Margarete Solange. Contos Reunidos, p. 98

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Escritora Margarete Solange: trechos de obras



Esse medo que temos de tentar e fracassar muitas vezes nos derrota. Somos capazes, Mas ele diz que não somos, e preferimos acreditar nele, duvidando de nós mesmos. (Trecho do Romance O Velho e a Menina, p 135).
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É natural do ser humano querer ser admirado por seus feitos, e ser considerado grande mesmo na sua pequenez. E para ser grande é preciso perseguir os ideais até alcançá-los, ou morrer lutando sem desistir jamais da batalha. (Trecho do romance O Velho e a Menina, p 120).
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A leitura é o princípio e o meio, a morte é fim. (Trecho do conto CRIANÇAS, em Contos reunidos, p 98).
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Imagino que toda pessoa que já provou do amor incondicional de um cachorro, sente falta de tal devoção em seu dia a dia, até mesmo por parte daqueles que costumeiramente são considerados melhores amigos. (Trecho do conto UMA QUESTÃO DELICADA Contos reunidos, p 190).
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O homem pode não ser rico, mas se ele tiver na bagagem a leitura, será mais que isso: será sábio. A sabedoria, sem dúvida, é grandiosa, é tudo na vida, não na morte. Na morte, todos os homens são igualmente leigos.  (Trecho do conto CRIANÇAS, em Contos reunidos, p 98)

Nós, mulheres de todas as profissões, temos ganhado mais espaço. Não temos a força bruta dos homens e, se assim fosse, isso só aumentaria a violência no mundo; no entanto, temos muita coragem, ousadia e vontade de vencer e isso, sem dúvida, remove muito mais obstáculos que os músculos. (Trecho  do romance O silêncio das lembranças, p. 13).
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Para onde vai a criança que fomos um dia? Por acaso se perde no tempo?... morre?... se vai?... – Não. Está dentro de nós, até o fim de nossos dias. (Trecho do romance O Silêncio das lembranças, p. 84).
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O leitor apaixonado se abestalha quando lê um livro; ri, chora, reclama... Conversa com o autor em voz alta, critica, elogia, intromete-se, dando opinião, por fim, abraça o livro com saudade logo que a história termina. Isso é lindo! Se você é assim, sinta-se homenageado. Mas veja só: esse tipo de abestalhamento não tem cura não. E mais que isso: é contagioso e é contagiante. (Trecho do conto O ENCONTRO DE DOIS CONTOS, em Contos Reunidos, p 133).
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Toda mulher, seja mãe ou tia, precisa de mimos e de um tempinho de folga para cuidar de si. Quando estão felizes, elas conseguem ser pessoas meigas, como no íntimo elas realmente o são.  (Trecho do conto: UMA QUESTÂO DELICADA; em Contos Reunidos, p 190).
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Um poeta busca enxergar a beleza das pequenas coisas. (trecho do romance Fazenda Solidão).
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A leitura é para mim uma companheira inseparável. Quando leio, converso com os livros, concordo ou discordo dos autores, às vezes choro ou dou boas gargalhadas. (Trecho do conto CRIANÇAS, em Contos Reunidos, p 98).
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A verdade é que o significado das palavras por vezes tem traduções diferentes, dependendo do querer de algumas pessoas. (Trecho do romance Santa Fé, p. 31)
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Existe sempre algum dono disposto a vender por bom preço aquilo que tem. (Trecho do romance Santa Fé, p. 32)
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Nos limites da imaginação e da mão daquele que cria, tudo se aproveita, nada se extravia. Na vida e na morte, no riso e no pranto, com uma pitada de sal, aumentos e descontos, temperam-se os pontos que se transformam em contos. Tudo se recria: fatos reais, sobrenaturais, o enredo que se lê e o incidente que se conta; o provável e o possível. Aquilo que foi ou mesmo coisa que jamais aconteceu convencem como verdades, especialmente se narrados pelo “eu”. Seja felicidade, tédio ou amargura, para um escritor, nada se perde, tudo se transforma em literatura. 
(Trechos do conto INVENTOR DE CONTOS, em Contos Reunidos, p. 61).
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Os leitores me fazem prosseguir e acreditar que, mesmo não sendo devidamente remunerada nesse meu ofício, escrever não é coisa de quem não tem o que fazer, e que ser escritor é uma profissão admirável.
Ao longo dos anos, a voz dos que leem as minhas obras tem sido peça chave em minha carreira. E, como para mim o leitor importa, e muito, é para ele, e por causa dele que escrevo e aprecio por demais saber que a leitura de meus textos suscita, em alguns, ora gargalhadas, ora lágrimas. E isso não tem preço. 
         Cada um daqueles que entra em meu mundo literário, e vive as histórias que crio e se diverte com meus personagens e ama até mesmo os fantoches exóticos que invento para camuflar a timidez, merece o meu carinho, a minha homenagem. Portanto, queridos leitores, meus amores e minhas amoras, a vocês dedico os meus escritos e deixo-vos a minha herança em palavras. 
 (Trecho do posfácio, em O Velho e a Menina, p. 141)