SINOPSE
A velha casa construída pelos antepassados do
escritor fica isolada num alto depois da Curva da Morte. Na Fazenda Solidão a
paisagem é fascinante, um lugar cheio de encantos naturais que inspiram Rodrigo
a escrever romances e poesias. Sua vida está plantada como profundas raízes no
chão do lugar; no entanto, por causa das muitas dívidas contraídas pelo irmão
mais moço, a propriedade terá que ser vendida. Elizabeth, herdeira das terras
vizinhas, propõe comprar a fazenda, porém impõe uma condição que Rodrigo a
princípio não quer aceitar.
TRECHO DA OBRA
Um pequeno pássaro pousou sobre a parede da
janela que abria para o pátio da frente da modesta casa do escritor. A avezinha
movia a cabeça de um lado para o outro e piscava os seus olhinhos redondos.
Instantes depois, voou atravessando o aposento em direção à janela de onde
podia ser visto o nascer do sol. Desviou rapidamente o seu curso inclinando uma
das asas para baixo, sobrevoou a mesinha sobre a qual estavam alguns papéis e a
máquina de escrever e se foi, saindo pela janela de onde se podia observar, durante
o dia ou em noites de lua cheia, a cancela da fazenda. Embora essa fosse uma
cena corriqueira, Rodrigo acompanhou atenciosamente a trajetória do visitante
alado. Um poeta busca enxergar a beleza das pequenas coisas.
SOBRE A AUTORA
Nascida em Natal,
Margarete Solange, escritora e professora, escreve em verso e prosa. Apaixonada
pela leitura desde a infância e dotada de capacidade criadora, principiou na
adolescência a escrever poesias, crônicas e peças teatrais. Autora de dez obras
publicadas, recebeu premiação em concurso literário, na categoria contos, pela
obra Ninguém é Feliz sem Problemas
(2009) e pelo conto A intrusa (2014).