O homem pode não ser rico, mas se ele tiver na bagagem a leitura será mais que isso: será sábio. A sabedoria, sem dúvida, é grandiosa, é tudo na vida, não na morte. Na morte, todos os homens são igualmente leigos.

Margarete Solange. Contos Reunidos, p. 98

Poesia Antiga

        Restos
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Silêncio nesta noite,
Dor de cotovelo
Mexe o vento inteiro,
Joga os meus pedaços
Longe, lá embaixo...
Onde o sopro foi,
Onde a areia cai,
Aonde ninguém vai.

Como um barco sem rumo
Vou flutuar, navegar,
Naufragar no mar que me restou.
Se der, vou me arrancar
Para replantar sementes
Do que havia em mim.

A poesia "Restos" escrita na adolescência, publicada pela primeira vez no livreto "Um Chão Maior" em 1981, foi musicada por dois amigos da autora, na época músicos amadores dos quais a autora perdeu o contato.

                             Fontes

Margarete Solange.
Inventor de Poesia: 
Versos Líricos. 
Queima-bucha, 2010

Margarete Solange. 
Um chão Maior. 
2ª ed. Santos, 2001.
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